terça-feira, 17 de novembro de 2009

Peso na consciência

Faz tempo que não consigo parar para escrever nada, pois as coisas cada dia estão ficando mais corridas, mas não é minha vida que se tornou corrida e sim tempo que tornou curto demais, contos os dias e sempre vigiando, pois tenho certeza que muitas coisas podem acontecer a qualquer momento.
Estes dias olhando pela janela do meu quarto, vi o vento soprar de uma maneira que nunca tinha visto. Deitei na cama e escutava o telhado balançar como se fosse levantar vôo. no outro dia fiquei sabendo os estragos que o vento causou, até tornados teve. Em meio a tanta turbulência vejo os dias começarem quentes e terminarem frios, clima típico de um deserto, mas levanto e penso, eu não estou em um deserto. Sinto as vezes minha boca seca, como se tivesse em Brasília, mas não aqui no sul este clima não é normal. Contínuo andando pelas ruas e observo as pessoas, percebo que muitos só estão vivas por causa de um sistema urbano que a sustenta, mas se todas as coisas mudassem da noite para dia?
No dia em que deu o apagão em São Paulo percebi que minha internet ficará muito lenta, então tracei uma rota para observar, e vi que muitas rotas que passavam por são Paulo caíram, naqueles simples 4 horas. Neste momento joguei o pensamento para um futuro não muito distante, e encontrei a sociedade em um tremendo caos. Nesta visão pessimista do futuro, vi grandes regiões urbanas entregue a desordem e a violência, pessoas brigando por água e comida como animais em uma selva. O crescimento da sociedade desorganizada e capitalista, levou todos para um buraco escuro e sem soluções, melicias de porte nacional dominavam grande parte das regiões. Onde alimentos e água potável eram vendida a preço de ouro. O desmatamento total da floresta amazônico tornou nosso País em um imenso deserto e todos os rios secaram, não havia mais como gerar energia. Assim grande parte do Brasil ficou na escuridão. A economia global entrou num processo violento de mudanças, pois não havia mais como controlar o contrabando e venda ilegal de alimentos, então o dinheiro foi tirado de circulação e foi criando o maior datacenter do planeta, com capacidade de processamento imaginário, para fazer o controle de toda a moeda circulante, assim o dinheiro se tornou totalmente virtual, não podendo nem um cidadão compra sem estas cadastrado no sistema.
Depois deste surto de realidade voltei a minha situação de hoje e tentei calcular quantos anos ainda me restava desta vida urbanizada. Percebi que o tempo era curto, muito curto, e neste exato momento olhei para dentro de mim e me perguntei, então pelo que estou lutando? E uma voz dentro de mim disse: Você ainda não lutou por nada, pois tua luta sempre foi pelo material e se esqueceu da parte mais importante, cuidar de si mesmo e seus irmãos.
Assim termino meu texto, lembrando que a luta de muitos é pelo irreal, não tendo fundamento nem um perante o universo. Sendo assim a evolução de uma pessoa não é medida pela quantidade de bens materiais adquirido, mas sim pela capacidade de amar a cada momento de sua vida, de conseguir fazer as coisas com amor e compaixão, tento em vista o bem de todos.

Marcelo Roldão Matos
17/11/2009
~23:40