sábado, 3 de abril de 2010

Somos Cegos

Fechei os olhos e caminhei, só pela brisa e cheiro sabia para que lado estava indo, enquanto caminhava, em muitos buracos cai, muitos tombos tomei e deste todos me levantei. Muitas pessoas ditas amigas me passaram a perna, muitas me deram rasteiras, e adivinha, me levantei e segui a caminhar de olhos fechados.

Nesta caminhada aprendi que poderia ouvir os cantos dos passados e também o som dos ventos, então comecei a perceber os buracos e rasteiras que estava por vir, e antes de isso acontecer, defendi-me evitando cair novamente. Não caindo mais, não gastando mais energia para levantar-se, passei a caminhar mais rápido.

Um certo dia resolvi abrir meus olhos e olhar para trás e ver o tanto que havia caminhado, e percebi sou feliz pois aprendi que nesta caminhada da, somos cegos e nunca sabemos onde estão os buraco e as rasteiras. Mas temos que aprender a olhar e observar. quanto mais a gente aprende, quando mais conhecimento adquirimos, menos caímos e passamos a caminhar mais. Tornamos mais forte pelo simples fato de aprender que somos fracos, pela virtude de encontrar soluções para os mais variados problemas, então feche os olhos e confie nos tem sentimento e vá em frente, sem preocupar com as imagens, mas sempre escutando as batidas do teu coração


Marcelo Roldão Matos

28/11/2007

03:00~.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O Espelho

Quantas vezes, amigo, você disse para eu sair, para não acreditar, e eu que achei que estava certo, com o meu orgulho febril continuei a insistir, achando que era como gotas de água, que bate até furar, mas o coração daquela nunca foi de pedra, mas sim de aço. Temos que entender e perceber que nem toda a luz é para se aproximar, é como o mosquito em direção a lâmpada, acaba a se queimar.

Assim fui eu, acreditei e fui em frente, e no final me queimei, pois aquela luz não era verdadeira e não tinha sentido. Era só um espelho de fundo de aço, refletindo a minha própria luz, no final da historia, eu estava gostando de mim mesmo, e presenciando tudo que eu sou, e fui.

Lutar contra mim mesmo, nunca foi fácil, em um corpo que tem uma entidade de varias faces, todos os dias era um e pensava diferente. Pois acorda neste mundo nunca foi fácil, nunca foi alegre ou feliz. E você disse amigo, para eu não ir e eu fui, e sabe o que tinha lá? Nada, era só um espelho que refletia minha própria luz, era eu gostando de mim mesmo.

Ao me deparar com a minha imagem, em frente ao espelho de fundo de aço, me senti mal, e sem coragem, pois minha imagem não era nada legal. O espelho era gelado e sem sentimento, mas tudo que eu fazia de bom, ele me devolvia invertido.

De amor, recebi ódio, dei atenção recebi separação, não aditava eu ser legal com o espelho, pois a imagem que ele me devolvia era sempre o inverso, somente o reflexo.

Então amigo, eu olhei para o espelho e falei coisas horríveis, torturei e injurie, e no final o que eu recebi, atenção e carinho.

Virei as costas e disse adeus e o espelho me disse olá, não tem como ficar aqui a olhar minha imagem e lutar contra mim mesmo. E neste momento eu consegui descobri o porque das pessoas se apegarem tanto aquele espelho, pois lá eles encontravam a si mesmo, e assim fui eu, me encontrei e agora sei para onde ir.

Marcelo Roldão Matos

16/03/2010~

quarta-feira, 10 de março de 2010

A mãe e filha

Olhei no rosto da mãe da menina e quieto escutei suas palavras, seu corpo falava algo, enquanto seu espírito dizia outra. No decorrer da cena inesperada daquele dia, sentou ao meu lado a filha, e em seu rosto trazia lágrimas, mas em seu coração o conforto de eu estar ali, e logo mais à filha tomou a falar e a mãe só a concordar.

Observando a cena e ao mesmo tempo tentando compreender, naquele instante encontrei dentro de mim lembranças de um passado, o momento era bem parecido e real. Mudou os personagens, mas o principal da historia ainda estava ali, era eu, com o coração apreensivo e observador.

Logo com o meu outro sentido, mesmo vendo a sinceridade da mãe e o choro da filha, não pude deixar de ver e chegar na conclusão. Que não havia verdade, que seus atos eram por puro medo e insegurança. Então me perguntei o que eu faço aqui? E tão logo a resposta veio: -Não foi você que procurou elas, mas sim elas que sempre te observaram e foram ao seu encontro.

Então levantei para ir embora, e o pensamento dizendo para sumir ou desaparecer. Mas o sentimento que batia naquele momento dentro de mim era diferente dos meus pensamentos, e isso ficou dizendo dentro de mim: - Tua liberdade depende da liberdade de alguém.

E assim abracei a filha no portão duas vezes e me fui, sem olhar para trás e com o coração batendo forte. Foi a gota d’água, o ultimo suspiro, minha liberdade foi concebida e ali naquele dia fui testado e todas as magoas e rancores do passado ali ficaram, fui descarregado e por sete dias derramei todas as lágrimas que em sete anos não chorei.

Marcelo Roldão Matos

10/03/2010

02:21~